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23 de março de 2014

Encardida

Repetidas vezes
Pelo decorrer do hoje
Expulsei teu nome
Do cerne de meu devaneio 

Acordou-se a vila
Ao som de meus berros
-Pedindo por teu corpo-
Antes mesmo do sino tocar

Cuspi tua vida no prato
No meio do refeitório
E as velhas morreram de asco 
Por teus detalhes sórdidos 

Teu corpo, em minha língua
Virou canção. Fiz voz e violão
Na praça, no sol ardente
Em projetos e nas reuniões 

E  sob a penumbra,
Risquei em batom vermelho
O contorno dos teus lábios
No espelho de um banheiro
Imundo e inundado

No auge da embriaguez, na calçada
Vomitei- já no final do dia-
Além do álcool 
As juras de amor que não vieste ouvir 
Minha encardida poesia